Economistas e empresários que apoiam Lula ou Bolsonaro – 06/10/2022 – Mercado – UOL

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Na disputa pela influência sobre os eleitores no segundo turno destas eleições, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) têm procurado apoio de partidos e figuras políticas e usado fotos, vídeos e declarações em seuas campanhas.
Três dias após o pleito, Bolsonaro selou acordo com governadores de três estados do Sudeste, a região com o maior número de eleitores no país. Já Lula obteve a adesão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PDT de Ciro Gomes e de Simone Tebet (MDB).
Atores importantes da economia —analistas, pesquisadores, técnicos, executivos e empresários— também se posicionaram publicamente. Nesta quarta (6), quatro idealizadores do Plano Real divulgaram uma carta em apoio a Lula.
Os economistas Edmar Bacha e Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso, divulgaram nota se juntaram a Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Persio Arida, outro economista que participou da formulação do Real, já haviam anunciado essa opção, mas também assinam a nota.

Do lado da campanha bolsonarista, manifestaram-se associações de empresários do agronegócio paulista (Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e nomes próximos ao presidente, como Luciano Hang.

O economista Persio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, declarou voto em Lula nesta semana, afirmando que Bolsonaro é um risco para a estabilidade institucional do Brasil. Além disso, diz que o governo atual não entregou o que prometeu na economia, como a reforma tributária e o avanço nas privatizações.
“Não existe, na minha opinião, uma justificativa para a permanência de Bolsonaro no poder”, disse o economista.
O posicionamento de Arida veio um dia após Arminio Fraga, outro notório economista liberal do país, ter sinalizado apoio ao petista. Sua motivação foi a nova composição do Congresso eleito neste ano, mais conservador e favorável ao governo Bolsonaro.
“O mais importante para o Brasil hoje é aprimorar a política, garantindo o mais básico, a democracia, a transparência na tomada de decisões na esfera econômica. Precisamos restituir ao país calma, um ambiente que nos permita alargar horizontes e cuidar do desenvolvimento do Brasil”, afirmou Fraga.
A economista Monica de Bolle também cita os novos parlamentares eleitos para justificar seu voto em Lula no segundo turno.
“Precisamos neste momento de um contrapeso ao movimento articulado de extrema direita visto no Brasil e em outras parte do mundo. O resultado das eleições para o Congresso mostra um cenário que transcende o bolsonarismo e costura fundamentalismo religioso com agronegócio. Há um risco de isso se enraizar nas instituições a tal ponto que não será possível segurar esse processo”, diz ela.
De Bolle afirma, ainda, que a reeleição de Bolsonaro pode, por exemplo, “passar um trator” na questão ambiental.
Outros nomes da economia brasileira já haviam manifestado seu apoio desde o primeiro turno. Foi o caso de Henrique Meirelles, ex-presidente do BC (Banco Central) durante o governo Lula, que considera o petista a melhor opção dentre os candidatos, desde que haja responsabilidade fiscal, incluindo respeito ao teto de gastos.
“A experiência que eu tive no BC [Banco Central] no governo Lula foi positiva. Apesar de declarações equivocadas [de Lula], eu espero que a realidade [das medidas a serem tomadas para a Economia] prevaleça e, prevalecendo, tenderia a achar que, se houver indicações de que ele vai seguir naquela direção [de seus mandatos passados], eu acho que é uma boa opção”, disse Meirelles em entrevista à Folha.
A campanha de adesão ao ex-presidente também foi marcada por manifestações coletivas em seu apoio. No dia 26 de setembro, economistas pró-Lula publicaram um manifesto para pedir votos no petista já no primeiro turno. O grupo, que reuniu cerca de 30 profissionais, é formado por nomes como Laura Carvalho, professora da USP, Michael França, pesquisador do Insper e colunista da Folha, e Guilherme Mello, um dos responsáveis pelo programa econômico do PT.
“Há os que votam em Lula por conta de sua agenda econômica e os que votam com ressalvas a essa agenda, mas todos reconhecemos que, em qualquer base de comparação, os resultados econômicos, sociais e institucionais de seu governo são incomparáveis com descalabro promovido por Bolsonaro“, diz a carta.
No dia seguinte, outro grupo de economistas, ligados a instituições como FGV, Insper, PUC-Rio, USP, UFF e UFPE, também divulgou uma carta em apoio ao petista, em defesa do voto útil em Lula no primeiro turno.
Entre os 38 signatários estão Cláudio Considera (FGV Ibre), Laura Karpuska (Insper), Laura Schiavon (PUC-Rio), Mayara Felix (Yale), Otaviano Canuto (ex-FMI e ex-Banco Mundial) e o colunista da Folha Sergio Firpo (Insper).
“Em que pesem sérias discordâncias a respeito de políticas implementadas no passado por governos do PT, reconhecemos no ex-presidente Lula a única liderança capaz de derrotar o atraso maior representado pelo atual governo”, diz o documento.
O ex-presidente também recebeu apoio no primeiro turno dos economistas André Lara Resende, Felipe Salto e Nelson Marconi.
No meio empresarial, Carlos Ernesto Agustin trabalhou com o ex-presidente na campanha deste ano e foi uma das principais pontes do petista com o agronegócio. Ele é um dos maiores vendedores de semente de soja do país e criou a empresa Petrovina há mais de 40 anos, que também produz algodão.

O apoio a Jair Bolsonaro é justificado entre economistas pela defesa do liberalismo encampada pelo presidente. O ex-presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes, por exemplo, que foi nomeado para instituição por Bolsonaro, cita a agenda econômica liberal e a defesa das liberdades individuais para declarar voto no presidente.
“Além disso, considero inadmissível que alguém com o currículo moral do Lula possa pleitear a Presidência da República”, diz ele.
O ex-presidente do Ipea Carlos Von Doellinger afirma ser um economista de corte liberal, com tendência para o conservadorismo. “Por isso, meu apoio é para Bolsonaro nesse segundo turno”, declara Doellinger.
Bolsonaro utiliza o discurso liberal desde a campanha eleitoral de 2018 e tem na figura do ministro da Economia, Paulo Guedes, seu maior símbolo. Guedes é formado pela Universidade de Chicago, polo do pensamento liberal norte-americano, e prometia a privatização “de todas as estatais”, reformas estruturais (como a tributária e a da Previdência) e zerar o déficit fiscal do governo.
No governo desde o início, Guedes era chamado por Bolsonaro de “Posto Ipiranga”, por supostamente ter todas as repostas da agenda econômica do governo, e já ostentou o cargo de “superministro”, mas perdeu força ao longo do mandato. Mesmo assim, continua ao lado do presidente.
Parceiro de Guedes, o doutor em economia pela UnB e autoproclamado bolsonarista Adolfo Sachsida também integra a equipe do presidente desde 2019. Entrou no governo como secretário de Política Econômica, mostrando-se um seguidor fiel das ideias de Guedes, e hoje é ministro de Minas e Energia.
Bolsonaro tem, ainda, um time de empresários que o apoiam. Roberto Justus, por exemplo, afirmou que eleger o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 seria um retorno “temeroso e preocupante” ao passado. “Prefiro muito mais a continuidade do presidente”, afirmou dias antes do primeiro turno.
Apesar de dizer que não está completamente satisfeito com o presidente, Justus afirma que houve avanços na economia brasileira durante seu governo.
Luciano Hang, dono da Havan, é um dos principais empresários apoiadores de Bolsonaro. Ele esteve ao lado do presidente desde o início do mandato e participa com frequência de eventos em apoio ao governo.
Após o resultado do primeiro turno, o bolsonarista comemorou e disse que a eleição deste ano se trata de uma guerra espiritual e uma disputa de ideologias, e não de “picanha e cerveja”, repetindo uma expressão que Lula costuma usar para se referir a um cenário econômico favorável para o consumo da população.
“O brasileiro tem que entender o que está em jogo para que possa votar com mais consciência. É o futuro da família de cada um e das próximas gerações”, afirmou em nota.
O empresário enviou o posicionamento por meio de um comunicado no Whatsapp pois está com as redes sociais bloqueadas desde agosto, por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, por conta de sua participação num grupo na rede em que se defendeu um golpe caso Lula vença a eleição.
Além de Hang, participavam do grupo os empresários José Isaac Peres, da Multiplan, Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu, entre outros.
O dono da Havan não foi o único bolsonarista a comemorar o resultado do primeiro turno.
Gabriel Kanner, da família dona da Riachuelo, publicou mensagem dizendo que a direita se consolidou como força política mais madura do que em 2018, referindo-se à nova composição do Congresso.
“Só existe direita x esquerda. Quem ficou no meio-termo perdeu”, escreveu o empresário.
Winston Ling, conhecido como o empresário que apresentou Bolsonaro a Guedes, publicou foto vestindo camiseta estampada com a bandeira do Brasil na fila do voto e chegou a sugerir que houve fraude no aplicativo da Justiça Eleitoral. “Que tecnologia é essa que deixa o App travado tanto tempo!!! #fraude?????”, escreveu.
Para os empresários bolsonaristas, é possível alcançar uma vitória no segundo turno, mesmo com a disputa apertada.
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