Índice PCE e consumo menor em dezembro já mostram impacto da política do Fed, dizem analistas – InfoMoney

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Especialistas acreditam que Banco Central dos EUA vai reduzir ritmo de alta nos juros, mas manter atenção com inflação de serviços
A divulgação do núcleo do índice de preços PCE de dezembro nos EUA, cuja variação anual abrandou para 4,42% (ante 4,68% em novembro) e redução de 0,2% nas despesas de consumo no mês se juntam a outros indicadores antecedentes da economia no reforço da visão dos analistas que o processo de desinflação no país está em andamento. Ele também comentam que o impacto da política monetária do Federal Reserve na atividade está cada vez mais evidente.
Para Carlos Vaz, CEO da Conti capital, Carlos Vaz, o PCE anunciado hoje é consistente com uma leitura de que o Fed está atingindo sua meta de reduzir a inflação por meio de taxas de juros mais altas. “Há cada vez mais evidências de que as mudanças na política monetária estão, de fato, impactando a economia americana hoje, dando margem para enxergar e acreditar na possibilidade de se conquistar um ‘pouso suave’”, comentou.
O economista Francisco Nobre, da XP Investimentos, concorda com essa leitura. “O crescimento do consumo enfraqueceu nos últimos meses, consistente com a política monetária mais restritiva”, afirmou, citando a redução de 0,2% nas despesas, acima das projeções, embora a variação anual tenha se mantido em 7,4% em dezembro.
Sobre o índice de preços, Nobre lembrou que o núcleo do PCE têm suavizado, já que a medida de retorno anual ajustada sazonalmente de três meses diminuiu de 3,60% em novembro para 2,91% em dezembro, aproximando-se da meta de 2% do Fed.
Para ele aos dados PCE são inconsistentes com as projeções econômicas (SEP) do Fed, que apontou um núcleo de 4,8%  ao final de 2022 e uma estimativa de 3,5% em 2023. “Seguindo a impressão de hoje, nossos modelos sugerem que os preços do core PCE terminarão 2023 apresentando um aumento de 2,6% anuais”, previu.
Segundo o relatório Macro XP, o Fed deve pausar em breve seu ciclo de aperto monetário, aumentando as taxas em 25 pontos-base na próxima semana. E caso seja configurada uma variação suave do CPI em janeiro, junto com outros dados de atividade enfraquecidos, pode acontecer uma pausa no ciclo de alta já em março.

“Nosso cenário base permanece de que o processo desinflacionário avançará significativamente ao longo do ano, em meio ao enfraquecimento da demanda agregada, o que deve abrir espaço para o Fed começar a reduzir as taxas no quarto trimestre”, afirmou Nobre.
Rafaela Vitória, economista chefe do Banco Inter, também disse que o mercado ficou mais otimista hoje com o PE e os gastos com o consumo. “Boa notícia para o mercado que espera o Fed mais ‘dovish’ na próxima reunião, sinalizando que o fim do ciclo está próximo”, escreveu em sua conta no Twitter.
Rafael Perez, economista da Suno Research, destacou que o índice de preços anualizado ficou em seu menor patamar desde outubro de 2021, o que indica que o pior da inflação já passou.
Mas ele afirmou que o Fed ainda ficará vigilante. “Apesar das quedas nos preços de energia e de bens, os preços de alimentos e serviços continuam sendo os principais vilões, tornando a inflação mais resiliente e impedindo uma queda mais rápida. Isso deve contribuir para uma manutenção dos juros em patamares elevados por mais tempo”, comentou.
Para ele, frente aos últimos dados de inflação, é provável que o comitê de política monetária do Banco Central americano eleve as taxas do Fed Funds em 25 bps na próxima reunião. “Para este ano, a nossa perspectiva é de que a taxa fique em torno de 5,00% a.a.”, estimou. A expectativa é que, quando houve mais indícios de que a autoridade monetária encerrará o ciclo de alta das taxas de juros, o ambiente econômico e acionário tende a melhorar, aumentando o apetite por risco dos investidores.
O BTG Pactual também acredita que o dado de hoje foi positivo, embora os preços de serviços ainda apontem alguma pressão. “Não deve impactar a reunião do Fomc na próxima quarta-feira, apenas reforçando o cenário de uma desaceleração do ritmo de alta (de 50 para 25 bps). Entendemos que a resiliência na inflação de Serviços pode sustentar a manutenção de um discurso ‘hawkish’ na coletiva de imprensa”, comentou o banco.

“Para o encontro de março, esperamos que o Fomc promova mais uma alta de 25 bps. Além disso, a discussão deve girar em torno da possível prolongação do ciclo ou paralisação do movimento de alta”.
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