Kennedy Alencar – Livre de Bolsonaro, é preciso aprender com … – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O jornalista Kennedy Alencar é correspondente e comentarista da rádio CBN em Washington. Começou sua carreira em 1990 na ?Folha de S.Paulo?, onde foi redator, repórter, editor da coluna ?Painel? e enviado especial às guerras do Kosovo e Afeganistão. É autor do livro ?Kosovo, a Guerra dos Covardes? (editora DBA). Na RedeTV!, apresentou durante cinco anos o programa de entrevistas ?É Notícia? e mediou os debates presidenciais de 2010 e municipais de 2012. Estreou como comentarista da rádio CBN em 2011. Criou o “Blog do Kennedy” em 2013. Trabalhou no SBT entre 2014 e 2017. É produtor-executivo e roteirista do documentário ?What Happened to Brazil?, realizado para a BBC World News. Com uma versão em português intitulada ?Brasil em Transe?, o documentário retrata a crise que começa nas manifestações de junho de 2013, passa pelo impacto da Lava Jato e do impeachment de Dilma na política e na economia e resulta na eleição de Bolsonaro.
Colunista do UOL
01/01/2023 10h17
Como é bom se livrar de Jair Bolsonaro. Foram quatros anos de atraso, como confessado na live em que o presidente sainte jogou ao mar os seus radicais. O ar em Brasília está mais puro e respirável.
Fracassou a maior ameaça à democracia brasileira desde 1985, quando acabou a ditadura de 1964. Nas asas da FAB, Bolsonaro fugiu para os EUA, um desfecho à altura de sua pequenez. Ele voltou ao seu devido lugar, a lata de lixo da História.

No entanto, já ensinaram os romanos, a César o que é de César.
Bolsonaro foi um pesadelo criado pela imprensa, Lava Jato e elite econômica e política. O horror dos últimos quatros anos começou a ser construído há quase uma década.

As manifestações de junho e julho de 2013 foram instrumentalizadas por movimentos de extrema direita, respaldados por uma onda autocrática global. A Copa de 2014 foi indevidamente tratada pela imprensa e boa parcela da sociedade civil como um mico bem antes do terrível 7 a 1.
Mas a verdadeira derrota para os alemães e seus canhões viria com a rendição da imprensa a uma figura ainda menor do que Bolsonaro, um juiz de província que maltratava a inculta e bela. Sergio Moro conseguiu o respaldo da imprensa em geral e da Globo em particular para demonizar a política, com foco no PT. Mirou Lula como um troféu. Prenderia o então ex-presidente, o que seria o seu maior erro.
A imprensa virara correia de transmissão da Lava Jato, uma operação de combate à corrupção que se perdeu nos seus primórdios. Rapidamente, Delta e Robito planejavam a sua empreitada de palestras bem pagas.
No biênio 2014-2015, a dupla Aécio Neves-Eduardo Cunha deitou e rolou. Aécio e Cunha emparedaram Dilma Rousseff, que começara um segundo mandato recheado de erros na política e na economia.
Mas tais erros nunca poderiam ter justificado um impeachment sem crime de responsabilidade. Diante do que Bolsonaro fez na pandemia, a legislação sobre o impedimento se desmoralizou. O golpe parlamentar de 2016 é uma injustiça jurídica e histórica que precisa ser reparada _tomara que Dilma passe a faixa a Lula.
De lá para cá, a Lava Jato plantou as sementes da radicalização de extrema direita que jogou o país no abismo. A destruição institucional do governo Bolsonaro, o pior da nossa história, salvo os períodos de exceção, é cria do lavajatismo que a imprensa incensou.
Portanto, não se trata de falar em revanche agora. Isso soa pequeno na comparação com a tarefa de recuperar políticas públicas. Luiz Inácio Lula da Silva tem a difícil missão de reconstruir o que uma nova década perdida destruiu. Para tanto, será, sim, necessário unir. Também será fundamental perdoar aqueles que normalizaram Bolsonaro, viram Sérgio Moro como um estrategista e julgaram Paulo Guedes um farol do pensamento econômico.
Mas é preciso lembrar o que aconteceu. Esquecer papelões vergonhosos não é útil à democracia. É preciso aprender com os erros do passado para que eles não se repitam no presente e no futuro.
A democracia venceu. Eles não passaram, mas foi quase.
Feliz 2023.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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