'O Grande ABC vai ser muito bem cuidado pelo governo Lula', diz … – Diário do Grande ABC

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Domingo, 29 de Janeiro
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‘O Grande ABC vai ser muito bem cuidado pelo governo Lula’, diz deputado Luiz Fernando Teixeira
(Foto: Celso Luiz/DGABC)
Em entrevista exclusiva ao Diário, Luiz Fernando também defendeu a união dos parlamentares eleitos pela região em tornos dos interesses do Grande ABC
Da Redação

29/01/2023 | 06:12

Reeleito com 141.017 votos para o terceiro mandato, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) acredita que o Grande ABC será muito beneficiado pelas políticas públicas que serão implementadas no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o parlamentar, a presença de nomes da região, como Luiz Marinho (PT) no Ministério do Trabalho, e Miriam Belchior, na Casa Civil, serão importantes para que a região tenha mais oportunidades. Em entrevista exclusiva ao Diário, Luiz Fernando também defendeu a união dos parlamentares eleitos pela região em tornos dos interesses do Grande ABC. “Precisamos deixar a ideologia de lado e pensar na regionalidade”, afirmou. Atual primeiro-secretário da Assembleia, disse que irá apoiar o nome de Teonílio Barba (PT) para a função. O deputado ainda criticou a saída dos prefeitos de São Bernardo e São Caetano do Consórcio e falou sobre a eleição municipal de São Bernardo em 2024.
Que avaliação o sr. faz do resultado expressivo de sua reeleição?
Me surpreendeu o resultado. Não esperava uma votação tão expressiva da forma como foi. Acredito que pelo volume de trabalho, pelo espaço que a gente conquistou, poderia chegar perto de 100 mil votos. Mas obtive 141 mil. Isso é fruto de um trabalho muito intenso. Cresci em todas as regiões. Claro que a eleição do Lula e do Fernando Haddad ajudaram muito. Haddad foi ao segundo turno em uma votação muito expressiva. Nossa bancada na Assembleia chega a 18 deputados, a segunda maior. Todos os deputados estaduais do PT tiveram aumento significativo. Saímos das urnas com uma responsabilidade grande, sobretudo no Grande ABC.

A situação hoje do Estado é muito ruim, com enorme desemprego. A saga arrecadatória dos governos do PSDB assustaram e espentaram muitas indústrias. Coordeno hoje uma frente parlamentar em defesa da indústria química, a pedido da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) e dos sindicato dos trabalhadores. Hoje as indústrias estão deixando São Paulo, já que é 6% mais caro do que em Minas Gerais, por exemplo, deixando um rastro de desemprego sobretudo em Santo André e Mauá, no Polo Petroquímico, e também São Bernardo e Diadema, com as indústrias de tinta. Na campanha, tanto Haddad quanto Tarcísio de Freitas prometeram rever a questão tributária. E nós, do Grande ABC, precisamos dessa revisão. Chega de perder indústrias.

Que outras questões o sr. considera importante para serem abordadas no Estado com o governo?
A segurança pública foi sucateada ao longo do tempo. Claro que quanto maior o desemprego, mais problemas surgem na questão da segurança, mas é fato que o Estado se desarmou, se desestruturou nos governos tucanos. Faltam delegados, investigadores, escrivães e outros técnicos na Polícia Civil. Também faltam homens na Polícia Militar. Resultado disso é uma população insegura e o crime organizado fortalecido. Temos preocupação com a atual política de segurança pública. A educação também me preocupa. Teremos um ano complexo, para acompanhar o crescimento do Brasil, São Paulo precisa acompanhar.

Nesse sentido, como vai ser a atuação da bancada do PT na Assembleia? E o partido vai permanecer na primeira-secretaria da Mesa Diretora?
Deve manter a primeira-secretaria. A Constituição federal e estadual dizem que, sempre que possível, as Casas devem atender o princípio da proporcionalidade. As maiores bancadas têm de estar na Mesa. Desde a década de 1990, o Estado de São Paulo respeita esse princípio. O governo faz a presidência, a primeira maior bancada depois do governo faz a primeira-secretaria, a segunda maior vai a para a segunda-secretaria e assim sucessivamente. E vamos seguir na Mesa Diretora, que é quem dirige a Assembleia. Hoje sou primeiro-secretário pela segunda vez (nos biênios 2018-2018 e 2021-2022) e tenho a função de ‘”prefeito’ do Legislativo. Deixo a função em março. E a posição política do PT é pela oposição ao governo, mas não apenas pela oposição, mas oposição às ideias. Por exemplo, o PT é radicalmente contra a entrega da água do Estado para a iniciativa privada. Estou protocolando projeto de lei que proíbe a privatização da Sabesp. Vamos lutar pela aprovação. A Sabesp presta um excelente serviço, principalmente nos pequenos municípios. E essa conta só fecha na mão do Estado. Queremos um governo que melhore a educação, cuide do abastecimento de água e saneamento público, cuide da segurança, gere empregos, cobre tributos que dê condições ao empresário de gerar desenvolvimento social e econômico. Vamos cobrar mais casas. O governo passado fechou a CDHU, com apoio da deputada Carla Morando (PSDB) e Thiago Auricchio (PL).

Falando ainda sobre a primeira-secretaria, seu nome está colocado para o próximo biênio?
Não. Alguns deputados solicitaram que eu colocasse meu nome, mas eu retirei e devo apoiar Teonílio Barba.

O Grande ABC fez uma bancada expressiva, com quatro federais e oito estaduais. O que o sr. pretende fazer para que os deputados possa brigar em conjunto pelos interesses da região?
Esse é o momento de o Diário fazer essa convocação, tanto das instituições da região quanto os demais veículos de imprensa, para que a gente possa discutir o Grande ABC que temos e o Grande ABC que queremos. É fato que cada prefeito olha para o seu umbigo. Há os que se afastaram do Consórcio, com visão pequena, como Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo, que já se retirou do colegiado por mais de uma vez. Ele é do tipo que se não é do jeito dele, ele leva a bola embora. Parece criança mimada, mas é prefeito de uma das maiores cidades do País. Temos problemas regionais, como a Saúde. O Hospital Mário Covas, por exemplo, que atende o Grande ABC inteiro, precisa de muitos investimentos. Todo ano mando emenda, e também para o Serraria, em Diadema. Queremos mais investimentos. Tudo o que o João Doria fez foi trazer Bom Prato. Está na hora de o Grande ABC discutir o que quer e colocar esses oito deputados estaduais para trabalhar, para falar com o governador, porque senão será uma luta individual. Precisamos de atuação conjunta. Hoje a região tem ministro, o Luiz Marinho, do Trabalho. E se depender da cabeça do atual prefeito de São Bernardo, ele não vai batalhar pela cidade, porque não gosta do Marinho. Precisamos deixar a ideologia de lado e pensar na regionalidade.

Falando do Consórcio, como o sr. viu a decisão de Orlando Morando e José Auricchio Júnior em deixar a entidade após a vitória de Marcelo Oliveira (PT)?
Terrível. O Orlando Morando agiu como Orlando Morando. Ele não é democrático. Em seu primeiro mandato, ele foi eleito presidente do Consórcio e agora fala do Marcelo. O Orlando só pensa nele. É um homem que nunca aceitou o diferente e vai jogando fora os parceiros dele. Foi assim com Geraldo Alckmin, com William Dib, que fez surgiu o Orlando. Quem era o Orlando antes do Dib? Ele trai todo mundo. E não sei se no primeiro turno ele já não teria feito campanha para o Tarcísio. Foi o primeiro que aderiu, sem ouvir ninguém. O Orlando nós conhecemos bem. O que me espanta é ter influenciado deste jeito o Auricchio. Lá atrás, o próprio Orlando não aceitou o Auricchio. Infelizmente, hoje o Grande ABC tem dois prefeitos que não respeitam a regionalidade. Um desrespeito muito grande com o Marcelo e, sobretudo, com o Consórcio. Essa atitude diferenciou quem é Paulo Serra e quem é Orlando Morando. No mesmo partido, há pessoas radicalmente diferentes. Um tem postura efetivamente republicana e o outro é bolsonarista.

Qual a importância da região ter ministro, como Luiz Marinho, e outros representantes no governo Lula?
Não tenho dúvida que nossa região será muito bem cuidada pelo governo Lula. Marinho sempre brigou pelo Grande ABC. Há nomes importantes, como Miriam Belchior, que é braço-direito do ministro Rui Costa, da Casa Civil; a Rita Serrano, na Caixa Econômica Federal; o José Luis Ferrarezi, no Esporte; o Ariel de Castro Alves, na defesa de crianças e adolescentes. Eu não tenho dúvida de que o Marinho vai liderar esse processo de um olhar para o Grande ABC. Tenho muita preocupação com São Bernardo, porque o prefeito leva a questão para o lado pessoal. O Marinho vai ser um facilitador, não tenho dúvida.

Falando de São Bernardo, seu nome está colocado para a eleição de 2024?
Não está e o PT não abriu esse debate. É fato que especulações surjam em torno do meu nome, mas entendo que Luiz Marinho seria o nome de consenso. Claro que saí de uma campanha com uma votação muito expressiva, mas o PT gostaria de ter o Marinho. Se não for ele, vamos abrir a discussão e aí o meu nome e de outros importantes companheiros de partido podem ser colocados.
 
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