SPTrans proíbe inclusão de ônibus novos a diesel na cidade de São Paulo a partir de segunda (17). Veja o documento confirmado oficialmente – Diário do Transporte

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Publicado em: 15 de outubro de 2022
Circular com a nova regra foi enviada às companhias de ônibus na sexta-feira (14). Ônibus já em operação permanecem até o fim da vida útil
ADAMO BAZANI
Colaborou Alexandre Pelegi
A partir desta segunda-feira, 17 de outubro de 2022, a inclusão de ônibus 0 km na cidade de São Paulo movidos a óleo diesel está proibida.
Circular enviada na sexta-feira (14) pela gerenciadora do sistema municipal de transportes (SPTrans – São Paulo Transporte) às empresas de ônibus traz a nova regra. Os ônibus a diesel já em operação permanecem até o fim da vida útil.
O Diário do Transporte procurou neste sábado (15) a SPTrans com os seguintes questionamentos:
1) Esta proibição foi definida com quais critérios?
2) O que acontece com os ônibus que já foram comprados e não entregues pelas fabricantes?
3) Não está sendo levada em consideração a entrada do padrão Euro 6 (a partir de janeiro de 2023) de motores a diesel que são menos poluentes?
4) E quanto aos modelos que ainda não possuem disponibilidade em grande quantidade na indústria, como micro-ônibus e midis?
5) E quanto às linhas que ainda não podem receber elétricos, principalmente nas periferias por suas condições geográficas e operacionais?
A SPTrans confirmou o envio da circular.
Por meio de nota ao Diário do Transporte, a gerenciadora afirmou que a meta da prefeitura é ter 20% da frota de ônibus com modelos elétricos até o fim da atual gestão:
“A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, informa que a prioridade da cidade é o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas e da meta de a frota de ônibus tenha, no mínimo, 20% de veículos elétricos até o fim de 2024, já que esta é a tecnologia que mais atende os objetivos de redução de poluentes na atualidade.”

 
PROMESSA DE 2,6 MIL ÔNIBUS ELÉTRICOS ATÉ O FIM DE 2024
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes tem citado em várias oportunidades a promessa de que até o fim de 2024, a capital paulista terá ao menos 2,6 mil ônibus elétricos operando nas linhas municipais.
Empresas de ônibus apontam algumas dificuldades, como infraestrutura nas garagens, tempo de recarga e autonomia das baterias, além do custo de aquisição que pode ser até o triplo em comparação a um modelo do mesmo porte a diesel.
O diretor de Operações da SPTrans, Wagner Chagas Alves, disse em novembro de 2021, durante a apresentação de um novo modelo de ônibus elétrico, que a gestão estuda alternativas para as viações atenderem a meta e o leasing é uma delas.
“Questão do leasing está aventada como outras opções. Por enquanto, não risco de atraso de ter os 2600, pois a meta contratual não pode ser desconsiderada”
Relembre:
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Segundo a prefeitura, o programa de metas prevê que 20% da frota seja composta por ônibus elétricos até o fim de 2024, como parte das ações municipais para cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas, que prevê a redução da emissão de gás carbônico fóssil em 50% até 2028 e a erradicação deste tipo de poluente até 2038.
Os contratos com as empresas de ônibus, assinados em setembro de 2019, também preveem uma frota menos poluente, mas não estipula a tecnologia que os coletivos devem ter, trazendo metas anuais de redução de poluição.
Estas metas, inclusive, foram suspensas entre 2020 e 2022 por causa da pandemia de covid-19, que afetou a demanda de passageiros e o ritmo de atividades das indústrias de veículos.
MENOS DE 2% DE ÔNIBUS ELÉTRICOS:
Atualmente, de acordo com os indicadores da SPTrans, a cidade de São Paulo tem uma frota contratada de 13.806 ônibus de diferentes portes.
Apenas 229 são não poluentes na operação, ou seja, menos de 2%; sendo 19 elétricos à bateria, operados pela Transwolff na zona Sul; e 201 trólebus (conectados à rede área), da Ambiental Transportes (Consórcio TransVida), que ligam a zona leste ao centro e parte das zonas Oeste e Sudeste.
CORREDORES:
Como mostrou o Diário do Transporte, em 05 de novembro de 2021, durante anúncio de parceria do Estado de São Paulo e da Prefeitura em investimentos em mobilidade, o prefeito Ricardo Nunes e o então governador João Doria disseram que os novos corredores de ônibus da cidade serão servidos apenas por modelos elétricos.
Relembre:
OUÇA: Novos corredores de ônibus de São Paulo serão operados com ônibus elétricos, diz Doria

O Plano de Mobilidade Urbana da Cidade prevê 27 obras que totalizam mais de R$ 5,5 bilhões, entre a implantação de 11 novos corredores de ônibus, o que representa mais de 95 km de novas vias, 30 km de requalificação de corredores já existentes, além da construção de quatro novos terminais.
Relembre:
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CENÁRIO DA INDÚSTRIA:
Apesar de os veículos elétricos também serem impactados pela falta de insumos e equipamentos, como também ocorre com automóveis a combustão, a demanda pelos modelos não poluentes tem aumentado.
No Brasil, já existem opções de produtos em plena atividade, algumas que apresentarão modelos e outras que estão se estabelecendo (por ordem alfabética):
BYD: Indústria de origem chinesa, com planta em Campinas (SP), que fabrica ônibus elétricos de diversos portes: micros, padrons e articulados, além de rodoviários, produzindo as baterias, tecnologia e chassis. Está entre as maiores produtoras mundiais na área de mobilidade elétrica e produz também no Brasil placas de energia solar. Existem diversas cidades que operam com ônibus BYD no Brasil, inclusive São Paulo.
CaetanoBus: A empresa portuguesa CaetanoBus trouxe para testes no sistema de transportes da cidade de São Paulo o chassi e.CC 100 C5845 E.E, 100% elétrico. O modelo recebeu carroceria Caio, de produção brasileira. O e.CC 100 pode ser receber carrocerias de comprimento mínimo de 9.5 metros e máximo de 12.7metros.
Eletra: Indústria 100% nacional, do Grupo ABC/Next Mobilidade, com planta em São Bernardo do Campo (SP). A empresa foi inaugurada oficialmente no dia 22 de agosto de 2000. Faz toda a integração e tecnologia para ônibus elétricos à bateria, trólebus, híbridos (motores elétricos e à combustão no mesmo veículo), Dual Bus (mais de um tipo de tração elétrica em mesmo ônibus, por exemplo: trólebus+baterias ou baterias+híbridos). Não produz os chassis e baterias. O BRT-ABC, entre São Bernardo do Campo e São Paulo, é uma concessão à Next Mobilidade terá ônibus 100% elétricos de 22 metros cada com tecnologia Eletra, chassis Mercedes-Benz e carroceria Caio. A Eletra anunciou para 2022 cinco tipos de ônibus elétricos para carrocerias com 10 m, 12,5 m, 12, 8 m , 15 m e 21,5 m.
Higer: Empresa de origem chinesa que apresentou um modelo elétrico de ônibus padron neste mês de novembro de 2021 na capital paulista. Diz que trará ao Brasil também vans, ônibus articulados e ônibus rodoviários elétricos. Os modelos são monoblocos (chassi, motores e carroceria formando um bloco só).
Marcopolo: Tradicional fabricante de carrocerias de Caxias do Sul (RS), testou em parceria com a empresa Suzantur, operadora de transportes de Santo André (SP), um ônibus 100% elétrico, projeto integral da Marcopolo. O modelo é padron com piso baixo. O veículo circulou sem passageiros entre o Terminal Vila Luzita (bairro populoso de Santo André) e o terminal principal da cidade no centro (Terminal Santo André Oeste). Já homologado, o modelo está sendo comercializado.
Mercedes-Benz: A gigante alemã lançou em 25 de agosto de 2021 o chassi de ônibus elétricos eO500U, de piso baixo, para carrocerias de até 13,2 metros, justamente os padrões de São Paulo. O modelo será produzido em São Bernardo do Campo (SP) e em 2022 já serão vistas as primeiras unidades. Para a capital paulista, já há um mercado previsto para ser iniciado com cerca de 150 unidades com carroceria Caio. A empresa planeja lançar em breve ônibus articulados e superarticulados.
Volvo: A gigante sueca produz em Curitiba (PR) um modelo de ônibus elétrico híbrido. O ônibus tem um motor a combustão, que gera energia, e o elétrico que atua na maior parte da tração. A tecnologia é híbrida paralela, quando o ônibus está parado, freia e até 20 km/h a atuação é do motor elétrico. A partir de 20 km/h, entra em operação o motor a combustão. Há unidades em circulação em Curitiba, Foz do Iguaçu e Santo André (Suzantur), por exemplo.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Sinceramente eles não deveriam ter acabado com a rede elétrica de trólebus de São Paulo antigamente tinha trólebus até em outros bairros da cidade de São Paulo
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